Certa vez, após escalar uma
parede toda para descer em uma tirolesa, eu olhei pra baixo e tive medo. Aí
perguntei o cara que estava comigo lá em cima se não tinha outra forma de
descer senão por aquele fio de aço, naquela rapidez, com aquele frio na
barriga. Então ele me explicou que a escalada foi eu quem decidiu fazer e não
tinha como voltar atrás, mas que tudo estava preparado e seguro para que eu
passasse por ali, e que eu só teria duas opções: ou eu encarava por mim mesma e
pulava, ou ele teria que me dar um empurrãozinho. Como eu não me decidia, foi
pela segunda opção.
Por vezes na vida temos medo de
nos impulsionar de uma fase a outra, mesmo o coração mandando, sentimos inseguros.
Nestes momentos “o cara lá de cima”, sem outra opção, nos dá aquele
empurrãzinho que nos deixa um tempo sem chão, até que nos percebemos em solo
firme novamente.
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Desenho de Paulo Zerbato |
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