quarta-feira, 31 de agosto de 2016

DO GOLPE

Venho de antemão
Com pesar no coração
Com vergonha no peito
Sem aceitar esse defeito
Pedir-te perdão
Por não poder te olhar nos olhos
E dizer com convicção
"Fizemos tudo que podíamos,
Pra evitar mais essa invasão."

Mas o golpe vem de máscara
Arrastando multidão
E convence tanta gente
Atando as nossas mãos.

Ele vem de armadura
E faz a gente acreditar
Que nem com a nossa casca dura
Seremos capaz de enfrentar.

Ele vem com armadilhas
Com cara de golpe consumado
E os dias que ainda eram de luta
Sentíamos detonados.

Ele vem despertando o fascismo
A muito tempo acuado
Que volta a achar que pode
Decidir o certo e errado.

Mas nosso país sofre golpes
Toda vez que é a vez dos pobres.
E neste momento eu entendo
Melhor os livros de História
Entendo os retrocessos passados
Que me pareciam tão evitáveis.

E de todo esse absurdo
Fique ao menos um legado
A luta das minorias
em direito ignorado
A luta do pobre, do humilde trabalhador
Dos políticos raros, que lutam contra a corrente
Preservando boa conduta
Seja incessante e diária
Seja no tempo que for
Pois se a gente baixa a guarda
Quando parece tempo de paz
Nesse momento o golpe vem
E pega a gente por trás
Desprevenido, sem estarmos unidos
E faz o que faz.

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